sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Situação de aprendizagem 4 - Imaginação republicano



Considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX, Benedito Calixto de Jesus nasceu em 14 de outubro de 1853, no município de Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Calixto é o que se pode chamar de um talento nato. Autodidata, começa seus primeiros esboços ainda criança, aos 8 anos. Aos 16 anos muda-se para Santos onde tem um começo de vida difícil, chegando a pintar muros e placas de propaganda para sobreviver.

Fez sua primeira exposição em 1881 no salão do jornal Correio Paulistano, em São Paulo, não tendo conseguido vender nenhum trabalho, mas obteve apreciação favorável da crítica.
Em 1882 a sorte bate em sua porta. É convidado a realizar trabalhos de entalhe e pintura na parte interna do Teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu homenagens e uma bolsa de estudos, custeada por Nicolau de Campos Vergueiro, o Visconde de Vergueiro, para se aprimorar em Paris, onde fica por quase um ano e frequenta o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian. Na Europa realiza várias exposições de sucesso. Em 1884, de volta à Santos traz na bagagem um equipamento fotográfico e torna-se pioneiro, no Brasil, em pintar a partir de fotografias.
Nos anos de 1886 e 87, respectivamente, nascem seus filhos Sizenando e Pedrina. Em 1890 muda-se para São Paulo. Sete anos depois volta para o litoral e vai morar em uma casa construída por ele mesmo, em São Vicente. Produz obras importantes para vários museus, entre eles o do Ipiranga, em São Paulo, para inúmeras igrejas em todo o país, para associações, fundações, instituições, a exemplo da "Bolsa Oficial do Café", em Santos, onde uma de suas principais obras "A Fundação de Santos" ocupa uma parede inteira do salão principal, além de outras duas que também têm como tema o município de Santos e o vitral do teto com alegoria para os Bandeirantes.
Durante toda a sua trajetória produziu aproximadamente 700 obras, das quais 500 são catalogadas. Pintou marinhas, retratos, paisagens rurais, urbanas e obras religiosas. Estas últimas lhe renderam a Comenda de São Silvestre, outorgada pelo Papa Pio XI, em 1924.
Além da pintura se revelou como historiador, escritor e fotógrafo.
Faleceu de infarto, no dia 31 de maio de 1927, em São Paulo, na casa de seu filho Sizenando, para onde tinha ido com a intenção de comprar material para terminar duas telas para a Catedral de Santos. Foi enterrado no cemitério do Paquetá, em jazida perpétua doado pela Prefeitura Municipal de Santos. Suas duas últimas obras são intituladas "Noé" e "Melchisedech".
Homenageado na Capital de São Paulo, com a Praça Benedito Calixto.

Situação de aprendizagem 3 - Abolição e imigração




O fim da escravatura começou quando, em 1850, o parlamento aprovou a lei Eusébio de Queiroz que encerrou de vez o tráfico de escravos para o Brasil.
Desde 1808, que os ingleses não mais traficavam escravos para suas colônias. Em seguida, chegou a vez de eles pressionarem o governo brasileiro para que ele também acabasse com o tráfico. Mas por que os ingleses queriam tanto o fim do tráfico negreiro da África para o Brasil? Vários motivos podem ser apontados e nós já vimos alguns deles: o imperialismo inglês que naquela época estava fundando várias colônias na África e não queriam que a mão-de-obra africana fosse embora para o Brasil; eles acreditavam que com o fim da escravidão o trabalho aos poucos iria sendo substituído pelo trabalho livre, o que acarretaria a ampliação do mercado consumidor.
Em 1844 foi criada no Brasil, a Tarifa Alves Branco:maiores impostos alfandegários(isso tem relação com o processo de industrialização promovido por Mauá). Maiores taxas, menores importações. Os ingleses ficaram ofendidos com essa medida do governo brasileiro e deram o troco, criaram em 1845 o Bill Aberdeen, que era uma lei que determinava que agora os navios de guerra ingleses atacariam todos os barcos negreiros que encontrassem no meio do oceano. Ou seja o tráfico deveria acabar de um jeito ou de outro, afinal os ingleses eram donos da maior marinha do mundo. A ousadia dos ingleses foi tamanha que eles não hesitaram em trocar tiros com o forte Panaraguá(que fica no Paraná).
O Brasil não tinha interesse em perder o apoio de Londres e por causa disso criou em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz.
Os fazendeiros brasileiros teriam que se contentar com os escravos que já existiam por aqui, com isso teve início o tráfico interprovincial: os escravos do Nordeste eram vendidos para as áreas cafeicultoras do Sudeste. 
Mas a mão-de-obra escrava não era suficiente para abastecer as fazendas de café, só havia uma solução: trazer imigrantes!-Como você pôde perceber a escravidão estava com seus dias contados.
A emigração estrangeira:
Emigrantes não eram novidade no Brasil, desde o tempo de D. Pedro I, por sugestão de José Bonifácio, colonos alemães se instalaram no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a partir de 1870 chegaram também muitos italianos. Esses imigrantes italianos e alemães ganharam pedaços de terra e se tornaram pequenos e médios fazendeiros. No sul, foi a única área do Brasil em que ocorreu uma razoável distribuição de terras, o resultado é que ainda hoje essas áreas, mantêm um padrão de vida melhor que a média brasileira.
Parceria e Colonato: Trabalho sim, terra não.
Quando os primeiros imigrantes alemães e suíços foram empregados nas fazendas de café eles pareciam uma boa solução para resolver o problema da mão-de-obra. Porém, uma questão preocupava os fazendeiros brasileiros: em um país com tanta terra disponível como manter os trabalhadores livres no trabalho das fazendas? Eles poderiam abandonar o emprego para fazer o próprio sítio em terras inexploradas.
Inicialmente os fazendeiros adotaram o sistema de parceria. O fazendeiro cedia um pedaço de terra para o imigrante cuidar do café. Depois, dividiam os resultados líquidos da venda. O problema era que os parceiros já chegavam na fazenda devendo dinheiro para o fazendeiro: a passagem de navio, a comida (adquirida a preços bem altos no armazém da fazenda), o barracão onde moravam, as ferramentas, o aluguel das casas. Eles só não pagavam pelo ar que respiravam....
Na hora de receber os ganhos da venda de café os parceiros eram descontados. Além disso, o fazendeiro sempre vinha com uma série de contas esquisitas que sempre o beneficiava. No fim sobrava muito pouco para o imigrante, era quase como trabalhar de graça. Essa situação acabou gerando revolta em algumas fazendas. Tanto que o governo da Prússia passou a proibir a vinda de imigrantes alemães para o Brasil. Em 1860 o sistema de parceria já não era quase mais adotado. 
Em 1871 o governo paulista chegou a conclusão que precisava financiar a vinda dos imigrantes(isso era um belo incentivo porque os trabalhadores não chegavam endividados com os fazendeiros). Folhetos eram distribuídos em vários idiomas e espalhados pela Europa: descreviam o Brasil como um paraíso. A propaganda deu certo e em 1885 entraram cerca de 5 mil italianos em São Paulo, três anos depois chegaram mais 80 mil. Agora havia um novo sistema de trabalho nas fazendas: o colonato.
Segundo esse sistema as famílias de imigrantes recebiam parte do cafezal para cuidar, uma das vantagens era que os pés de café eram de boa qualidade e de alta produtividade, ao contrário dos tempos da parceria. O pagamento vinha em duas partes: a primeira, uma quantidade anual, fixa, uma espécie de salário para cuidar do cafezal. Isso garantia que mesmo que a produção fosse destruída por praga, geada ou seca o trabalhador iria receber. A segunda parte era o pagamento pelo resultado da tarefa, ou seja pela quantidade de café colhido. Ao contrário da parceria onde havia divisão dos lucros(ou prejuízos), no colonato o fazendeiro pagava pelo café entregue pronto.
Além disso, o colonato garantia que o trabalhador tivesse outras fontes de sobrevivência. Ele poderia plantar alimentos ou criar porcos e galinhas para garantir a subsistência e uma pequena fonte de renda.
Abolição: defensores e opositores
Por volta de 1875, o café representava 61% do valor total das exportações brasileiras. Os cafezais do Vale do Paraíba apesar de apresentar sinais de esgotamento ainda sustentavam a riqueza dos seus proprietários e concentravam a maior parte dos escravos do país. Os cafeicultores do Rio de Janeiro, Minas Gerais e parte de São Paulo, grandes defensores da escravidão argumentavam que ela era um mal necessário e que seu fim traria a ruína econômica e a desordem do país.
No Norte e Nordeste a situação era outra. Com a queda das exportações do açúcar e do algodão, os fazendeiros venderam parte de seus escravos para o sudeste. Uma grande seca em 1877 e em 1880 agravou as dificuldades. Com poucos cativos, os fazendeiros do Norte e Nordeste acabaram por liberar seus escravos antes do governo imperial.A intensificação da campanha abolicionista levou os cafeicultores a aceitarem o fim gradual da escravidão e com indenização aos proprietários. Este foi o sentido da Lei do Ventre Livre de 1871. Ela estabelecia a liberdade aos filhos recém-nascidos de escravas, os quais ficariam com as mães até os oito anos; depois seu dono optava por liberta-lo(mediante indenização) ou podia utilizar seus serviços até os 21 anos. Na prática, a lei nada mudava, da mesma forma que a lei dos Sexagenários, de 1885, que libertava os escravos maiores de 65 anos, ela pouco significou, pois eram raros os escravos que chegavam a essa idade.
Os abolicionistas continuaram defendendo sua causa por meio de jornais, comícios, reuniões públicas, agremiações e livros. Entre seus principais expoentes estão José do Patrocínio, Luís Gama,Rui Barbosa, André Rebouças, Castro Alves e Joaquim Nabuco. Jovens abolicionistas de São Paulo organizavam fugas de escravos dando-lhes proteção e esconderijo seguro.
Em 1888 quando foi assinada a Lei Áurea que extinguia a escravidão só restavam 700 mil escravos no país, cerca de 4% de uma população total de 15 milhões de pessoas.
A abolição foi um dos principais fatores da queda da monarquia, sentindo-se prejudicados os cafeicultores escravistas se voltaram contra o governo imperial, que foi derrubado no ano seguinte.

Situação de aprendizagem 2 - A Guerra Civil



Uma guerra civil ou guerra interna é uma guerra entre grupos organizados dentro do mesmo estado-nação ou república, ou, mais raramente, entre dois países criados a partir de um Estado-nação que antes era unido. O objetivo, de um lado, pode ser o de assumir o controle do país ou uma região, para conseguir a sua independência, ou para mudar as políticas do governo. O termo é um calque do latim bellum civile que foi usado para se referir às váriasguerras civis da República Romana, no século 1 a.C.
Uma guerra civil é um conflito de alta intensidade, muitas vezes envolvendo forças armadas regulares, que é sustentado, organizado e de grande escala. Guerras civis podem resultar em um grande número de vítimas e no consumo de recursos significativos.
As guerras civis desde o fim da Segunda Guerra Mundial duraram, em média, pouco mais de quatro anos, um aumento dramático da um ano e meio na média do período 1900-1944. Enquanto a taxa de surgimento de novas guerras civis tem sido relativamente constante desde meados do século XIX, o crescente comprimento das guerras resultou em aumento do número de conflitos em curso a qualquer momento. Por exemplo, não havia mais de cinco guerras civis em andamento, simultaneamente, na primeira metade do século XX, enquanto mais de 20 guerras civis simultâneas estavam ocorrendo no final da Guerra fria, antes de que uma diminuição significativa com os conflitos fortemente associados à rivalidade entre as superpotências chegasse ao fim. Desde 1945, as guerras civis resultaram na morte de mais de 25 milhões de pessoas, bem como na migração forçada de milhões. As guerras civis ainda resultaram em mais colapso econômico. Birmânia, Uganda e Angola são exemplos de nações que foram consideradas como tendo futuro promissor, antes de se envolverem em guerras civis.

APOSTILA 4 . . Situação de aprendizagem 1 - A expansão para o oeste e a doutrina do destino manifesto



Destino Manifesto é o pensamento que expressa a crença de que o povo dos Estados Unidos é eleito por Deus para comandar o mundo, e por isso o expansionismo americano é apenas o cumprimento da vontade Divina. Os defensores do Destino Manifesto acreditavam que os povos da América Latina e Andina deveriam ser seus escravos, pois estavam no mesmo continente e, por a maioria dos países latino-americanos ser subdesenvolvida, desenvolveram o chamado: "Be strong while having slaves", frase de propaganda política do século XIX que usava sua cultura para que pessoas de outros países achassem que os Estados Unidos eram o melhor país do mundo, virando essas pessoas até contra seus países de origem. O Destino Manifesto se tornou um termo histórico padrão, frequentemente usado como um sinônimo para a expansão territorial dos Estados Unidos pelo Norte da América e pelo Oceano Pacífico.
As doutrinas do Destino Manifesto foram usadas explicitamente pelo governo e pela mídia norte-americana durante a década de 1840, até a compra de Gadsden , como justificativa do expansionismo norte-americano na América do Norte. O uso formal destas doutrinas deixou de ser utilizado oficialmente desde a década de 1850 até o final da década de 1880, quando foi então revivido, e passou a ser usado novamente por políticos norte-americanos como uma justificativa para o expansionismo norte-americano fora da América. Após isto, o uso da ideologia do Destino Manifesto deixou de ser empregado explicitamente pela mídia e por políticos em geral, embora alguns especialistas acreditem que certas doutrinas do Destino Manifesto tenham, desde então, influenciado muito as ideologias e as doutrinas imperialistas norte-americanas até os dias atuais.
O presidente James Buchanan, no discurso de sua posse em 1857 deixou bem claro a determinação do domínio norte-americano:
  • "A expansão dos Estados Unidos sobre o continente americano, desde o Ártico até a América do Sul, é o destino de nossa raça (...) e nada pode detê-la".

Situação de aprendizagem 4 - Socialismo, comunismo e anarquismo





CAPITALISMO tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. O feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas(do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na Idade Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo. Dentre os defensores deste temos os filósofos Jean Bodin("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e Niccòlo Machiavelli("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). 

Com o absolutismo e com o mercantilismo o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais(metalismo) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo. 

A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), percursor do liberalismo econômico, publica Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações, em que defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia. 

Deste ponto, para a atual realidade econômica, pequenas mudanças estruturais ocorreram em nosso fúnebre sistema capitalista. 


SOCIALISMO - A História das Idéias Socialistas possui alguns cortes de importância. O primeiro deles é entre os socialistas Utópicos e os socialistas Científicos, marcado pela introdução das idéias de Marx e Engels no universo das propostas de construção da nova sociedade. O avanço das idéias marxistas consegue dar maior homogeneidade ao movimento socialista internacional.

Pela primeira vez, trabalhadores de países diferentes, quando pensavam em socialismo, estavam pensando numa mesma sociedade - aquela preconizada por Marx - e numa mesma maneira de chegar ao poder. 


COMUNISMO - As idéias básicas de Karl Marx estão expressas principalmente no livro O Capital e n'O Manifesto Comunista, obra que escreveu com Friedrich Engels, economista alemão. Marx acreditava que a única forma de alcançar uma sociedade feliz e harmoniosa seria com os trabalhadores no poder. Em parte, suas idéias eram uma reação às duras condições de vida dos trabalhadores no século XIX, na França, na Inglaterra e na Alemanha. Os trabalhadores das fábricas e das minas eram mal pagos e tinham de trabalhar muitas horas sob condições desumanas. 

Marx estava convencido que a vitória do comunismo era inevitável. Afirmava que a história segue certas leis imutáveis, à medida que avança de um estágio a outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que conduzem a um estágio superior de desenvolvimento. O comunismo, segundo Marx, é o último e mais alto estágio de desenvolvimento. 

Para Marx, a chave para a compreensão dos estágios do desenvolvimento é a relação entre as diferentes classes de indivíduos na produção de bens. Afirmava que o dono da riqueza é a classe dirigente porque usa o poder econômico e político para impor sua vontade ao povo. Para ele, a luta de classes é o meio pelo qual a história progride. Marx achava que a classe dirigente jamais iria abrir mão do poder por livre e espontânea vontade e que, assim, a luta e a violência eram inevitáveis. 


ANARQUISMO foi a proposta revolucionária internacional mais importante do mundo durante a segunda metade do século XIX e início do século XX, quando foi substituído pelo marxismo (comunismo). Em suma, o anarquismo prega o fim do Estado e de toda e qualquer forma de governo, que seriam as causas da existência dos males sociais, que devem ser substituídos por uma sociedade em que os homens são livres, sem leis, polícia, tribunais ou forças armadas. A sociedade anarquista seria organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam voltadas ao auto-abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. A doutrina, que teve em Bakunin seu grande expoente teórico, organizou-se primeiramente na Rússia, expandindo-se depois para o resto da Europa e também para os Estados Unidos. O auge de sua propagação deu-se no final do século XIX, quando agregou-se ao movimento sindical, dando origem ao anarco-sindicalismo, que pregava que os sindicatos eram os verdadeiros agentes das transformações sociais. Com o surgimento do marxismo, entretanto, uma proposta revolucionária mais adequada ao quadro social vigente no século XX, o anarquismo entrou em decadência. Sem, contudo, deixar de ter tido sua importância histórica, como no episódio em que os anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram executados por assassinato em 1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras evidências e testemunhos que provavam sua inocência.

Situação de aprendizagem 3 - centralização e fragmentação: processos de independência e formação territorial na américa latina



Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, também conhecida como Guerra da Revolução Americana ou aindaRevolução Americana de 1776, teve suas raízes na assinatura do Tratado de Paris, que, em 1763, finalizou a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a metrópole inglesa, pois, devido aos enormes gastos com a guerra, a metrópole aumentou a exploração sobre essas áreas. Constituiu-se em batalhas desfechadas contra o domínio inglês. Movimento de ampla base popular, teve como principal motor a burguesia colonial e levou à proclamação, no dia 4 de julho de 1776, da independência das Treze Colônias - os Estados Unidos da América, primeiro país dotado de uma constituição política escrita.
As ações militares entre ingleses e os colonos americanos começam em março de 1775. No decorrer do conflito , os representantes das colônias reuniram-se no segundo Congresso de Filadélfia e Thomas Jefferson, democrata de idéias avançadas, redigiu a Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, promulgada em 4 de julho de 1776, dando um passo irreversível. Procede-se também à constituição de um exército, cujo comando é confiado ao fazendeiro George Washington.
Os ingleses, lutando a 5.500 km de casa, enfrentaram problemas de carência de provisões, comando desunido, comunicação lenta, população hostil e falta de experiência em combater táticas de guerrilha. A Aliança Francesa  mudou a natureza da guerra, apesar de ter dado uma ajuda apenas modesta; a Inglaterra, a partir de então, passou a se concentrar nas disputas por territórios na Europa e nas Índias Ocidentais e Orientais.
Os colonos tinham força de vontade, mas interesses divergentes e falta de organização. Das colônias do sul, só a Virgínia agia com decisão. Os britânicos do Canadá permaneceram fiéis ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Os voluntários do exército, alistados por um ano, volta e meia abandonavam a luta para cuidar de seus afazeres. Os oficiais, geralmente estrangeiros, não estavam envolvidos no conflito.
O curso da guerra pode ser dividido em duas fases a partir de 1778. A primeira fase, ao norte, assistiu à captura de Nova York pelos ingleses (1776), além da campanha no vale do rio Hudson para isolar a Nova Inglaterra, que culminou na derrota em Saratoga (1777), e a captura de Filadélfia (1777), depois da vitória na batalha de Brandywine.
A segunda fase desviou as atenções britânicas para o sul, onde grande número de legalistas podiam ser recrutados. Filadélfia foi abandonada (1778) e Washington acampou em West Point a fim de ameaçar os quartéis-generais britânicos em Nova York. Após a captura de Charleston (1780) por Clinton, Cornwallis perseguiu em vão o exército do sul, sob a liderança de Green, antes de seu próprio exército, exaurido, render-se em Yorktown, Virgínia (outubro de 1781), terminando efetivamente com as hostilidades. A paz e a independência do novo país (constituído pelas treze colónias da costa atlântica) foi reconhecida pelo Tratado de Paris de 1783.
Apesar das frequentes vitórias, os ingleses não destruíram os exércitos de Washington ou de Green e não conseguiram quebrar a resistência norte-americana.
Mais tarde, em 1812 e 1815, ocorreu uma nova guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra. Essa guerra consolidou a independência norte-americana..

APOSTILA 3 . . Situação de aprendizagem 1 - O Império Napoleônico

Enquanto no Brasil germinavam as sementes da Independência, na França florescia um novo Império. Coube a Napoleão a tarefa de consolidar internamente e difundir externamente os ideais da Revolução. Ela havia atingido o auge durante o Terror. A reação veio em 1795 com a implantação do Diretório. Este teve dificuldades para governar, atacado pelos partidários da realeza, que queriam a volta do Antigo Regime, e pressionado pelas cama­das populares, que queriam a volta do Terror.
Alguns diretores resolveram fortalecer o poder do Diretório, conspirando com um líder militar popular, que se havia destacado em guerras da França contra a Itália (1796-1797) e no Egito (1798-1799): Napoleão. Foi ele o escolhido para chefiar o golpe que depôs o Diretório, dissolveu a Assembléia e implantou o regime do Consulado (1799-1802).
Não passava de uma ditadura disfarçada. Em 1804, foi criado o Império, espécie de monarquia vitalícia. Apesar de haver Constituição, Napoleão governou despoticamente. Por algum tempo, a prosperidade resultante das reformas internas e o êxito das guerras permitiram a continuidade do regime. Com os primeiros fracassos militares, seus fundamentos seriam abalados, até a queda em 1814.